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Gênero

    A Via Campesina é um movimento que reconhece a completa igualdade e valor de homens e mulheres e associa fortemente a luta por soberania alimentar com a  justiça de gênero: “Para mantener la dignidad y la tierra, para mantener viva y fortificada  la producción propia de alimentos, para recuperar el autoabastecimiento alimentario en el mayor grado posible, para defender el agua, para  ejercer en la práctica la Soberanía Alimentaria  es hora que valoricemos en todas sus dimensiones el rol de las mujeres en el desarrollo de nuestras agro-culturas” (Manifesto Internacional das Mulheres da Via Campesina, Jacarta, junho de 2013).
   

A construção da igualdade e da justiça de gênero é um desafio permanente para os movimentos e organizações sociais. Na Escola Milton Santos, políticas, formas de organização e ações foram sendo construídas nesse sentido:

    a) Ciranda Infantil Sementes da Esperança: espaço próprio para acolhida de filhos de trabalhadores e trabalhadoras, estudantes, educadores e educadoras e participantes em geral nas atividades da escola. A idéia é que ninguém deve ser impedido de participar por não ter onde deixar os filhos. Essa política contribui principalmente para a participação das mulheres, e constrói a cultura de que toda coletividade é responsável pelo cuidado das crianças.

    b) Cozinha e Refeitório coletivos: oferece três refeições e dois lanches diários, todos os dias. Favorece a integração entre a coletividade, permitindo a troca de experiências entre grupos e pessoas de diferentes origens. Também implica em menor tempo necessario para as atividades domésticas, e maior tempo livre para a participação, o estudo, o descanso, etc...

    c) Trabalho de sobrevivência ou autoserviço em sistema de revezamento: a escola não tem funcionários, e nenhum trabalhador é responsável exclusivamente por atividades de limpeza. A limpeza dos espaços (banheiros, salas de aula, cozinha e refeitório) é uma tarefa de todos, na medida em que todos são convidados a desempenha-lo, em sistema de revezamento, de acordo com um cronograma semanal. Também o preparo das refeições, aos fins de semana, é organizado para que todos possam aprender a desempenhar essa tarefa, sem sobrecarregar ninguém.

    d) Paridade de gênero nas instâncias: tanto a coordenação da escola quanto as instâncias de co-gestão dos cursos com os estudantes tem por princípio a paridade de gênero, ou seja, busca-se sempre definir um coordenador e uma coordenadora.

    e) Escolarização e formação: a escola tem uma política de incentivo à escolarização e formação permanente de todos os seus trabalhadores, organizando revezamentos nas tarefas e apoiando financeiramente o deslocamento para participação em atividades externas.

     f) Parceria com movimentos e organizações de mulheres para a realização de debates, encontros e cursos de formação sobre temas de interesse das mulheres. Assim, por exemplo, realizou-se na EMS o I Encontro Estadual de Mulheres das Áreas de Reforma Agrária, em outubro de 2015, com participação de cerca de 200 mulheres de todo o Paraná.

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