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A alporquia é uma das técnicas mais antigas de propagação vegetativa, e consiste basicamente em interromper o fluxo de seiva elaborada em um determinado ponto da planta, abaixo do qual se deseja fazer a divisão. Após o enraizamento, o ramo que contém o alporque é separado da planta matriz, formando uma nova planta. Entretanto, a alporquia é mais utilizada para a obtenção de mudas de pequeno porte.

A experiência teve início com o trabalho do prof. Otávio Bezerra Sampaio do IFPR, diante do desafio representado pela instalação do Pastoreio Racional Voisin na Escola, e nos assentamentos de maneira geral: primeiro, em relação à necessária arborização dos piquetes, em função dos benefícios do sistema silvipastoril para o gado e a pastagem; e em segundo lugar, devido ao custo representado pela construção das cercas. A produção de mudas de grande porte por meio da alporquia poderia oferecer uma alternativa de baixo custo a esses desafios, além do que espécies como a Leucena têm ainda a vantagem de servir como banco de proteína.

Primeiramente, o prof. Otávio, juntamente com educandos das turmas Vladimir Lênin e Haydée Santa Maria, e técnicos em agroecologia que integram a equipe da Escola Milton Santos, conduziram um experimento, com dez repetições, de alporquia para produção de mudas de grande porte em diversas espécies arbóreas, entre as quais algumas frutíferas. As mudas assim obtidas foram empregadas na implantação da agrofloresta da escola e também para a arborização da área de convivência. Para a instalação no sistema silvopastoril, a espécie escolhida foi a Leucena (Leucaena leucocephala), que seria utilizada também como miorão vivo para instalação das cercas eletrificadas.

Posteriormente, em julho de 2008, um segundo experimento foi conduzido, com a produção de 102 mudas de leucena para instalação na pastagem em PRV do Assentamento Santa Maria (onde se localiza a Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória-COPAVI), no município de Paranacity, a 80 km de Maringá. Os detalhes desse experimento são descritos a seguir:

 

As mudas foram produzidas com altura média de 2,20 metros e com diâmetro de 6 a 20 cm, medido a altura do peito (1,30 m). Os galhos foram anelados com 2 a 3 cm de largura. Como substrato, foi utilizado 50% de solo argiloso e 50% de esterco curtido, que permaneceu úmido durante todo o processo de produção, com regas periódicas de oito em oito dias. As mudas começaram a emitir raízes após 45 dias de iniciado o processo e foram cortadas com 45 dias após a emissão das primeiras raízes. As mudas foram transportadas e plantadas em covas adubadas com esterco curtido, com profundidade de 80 cm a 100 cm de profundidade. Também foram regadas de oito em oito dias, durante um período de um mês. Os bovinos foram introduzidos na área plantada, 72 dias após o plantio dos alporques. Os alporques apresentaram alto índice de enraizamento e de sobrevivência (100%) (SAMPAIO; SCHAFFRAT; PINTO, 2009).

 

A produção de mudas de alto porte por meio de alporquia mostrou-se viável e segue sendo desenvolvida na EMS.

 

 

Referências

SAMPAIO, Otávio Bezerra; SCHAFFRATH, Valter Roberto; PINTO, Edmarilson Rodrigues. Sistema silvipastoril em pastagens naturais e artificiais. VII Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais. Brasília, jun. 2009. Disponível em: < http://www.sct.embrapa.br/cdagro/tema02/02tema07.pdf> Acesso em novembro 2010.

 

Alpoquia para mudas de grande porte

Imagens: preparação dos alporques, desde o anelamneto dos galhos ao plantio. Vista de mudas de alporquia recém-plantadas na EMS.

Imagem acima: reunião de trabalho na COPAVI, educandos da turma Haydée Santa Maria.

Veja aqui  apresentação de slides com um passo-a-passo da alporquia.

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